João Salto

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domingo, 8 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS


O afeto

H. Bloomfield soube que o pai fora hospitalizado de repente.

Enquanto viajava para New York, pensava que tinha chance de fazer com que esta visita fosse diferente das demais. Sempre tive medo de mostrar meu afeto, sempre quis manter a mesma distância prudente que meu pai mantinha comigo. Quando o vi na cama, cheio de tubos, dei-lhe um abraço. Ele se surpreendeu.

“Abraça-me também, papai”, eu pedi. Ele me havia educado dizendo que um homem nunca demonstra seus sentimentos. Mas insisti. Papai levantou os braços e me tocou. Ali estava eu pedindo a meu pai que me mostrasse o quanto me queria - embora eu já soubesse.

Senti suas mãos na minha cabeça e - pela primeira vez - escutei as palavras que seus lábios jamais haviam pronunciado: “TE AMO”. E, a partir do momento em que teve coragem de mostrar seu amor, recuperou sua vontade de viver.

Paulo Coelho

Fonte: http://colunas.g1.com.br/paulocoelho/2007/09/12/o-afeto/





As Mãos de Meu Pai

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
- como são belas as tuas mãos
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram da nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah! Como os fizeste arder, fulgir, com o milagre das tuas mãos!
E é, ainda, a vida que transfigura as tuas mãos nodosas...
essa chama de vida - que transcende a própria vida
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.

Mario Quintana